50 ANOS DO 25 DE ABRIL

Como foi o 25 de Abril para mim
Ana Maria Sobreiro*
Técnica superior

Como foi o 25 de Abril para mim

Nascida numa aldeia do concelho de Barcelos, frequentei a escola feminina de Balugães, onde todos os dias, à entrada, tínhamos de cantar – canção que nunca aprendi, pois estava proibida de o fazer, já que destoava muito – voltadas para os quadros do Presidente da República, Américo Tomás, e do Presidente do Conselho de Ministros, Marcelo Caetano, que ladeavam um crucifixo. Para continuar os estudos, integrei um colégio interno de freiras, em Ponte de Lima.

E esse dia de Abril, o poder que nos deu…
ANA PAULA BRITO*
Técnica superior

E esse dia de Abril, o poder que nos deu…

Quando recebi o convite para escrever um texto sobre a Revolução do 25 de Abril, a minha mente foi de imediato assaltada pela dificuldade sobre o que dizer, pois não vivi o antes da Revolução dos Cravos. Sei apenas o que vou lendo sobre o assunto e as muitas histórias que me contam aqueles que viveram num Portugal de ditadura.

Aos jovens de hoje. Que nunca esqueçam o 25 de Abril de 74
ANA PAULA VALE*
Professora do ensino superior

Aos jovens de hoje. Que nunca esqueçam o 25 de Abril de 74

Ao celebrarmos os 50 anos do 25 de Abril, é inevitável não refletir sobre o profundo impacto que esta Revolução teve no panorama educacional português. O 25 de Abril de 1974 representou o início de uma nova era em Portugal, marcada pela liberdade, democracia e igualdade de oportunidades.

Abril, antes e depois
ANA PEDROSA RODRIGUES
Chefe de produto

Abril, antes e depois

A transformação colectiva do 25 de Abril é feita de milhões de histórias individuais. A minha começou no dia em que nasci, 10 anos e dois meses depois da Revolução dos Cravos, e perdura até ao presente. Aprendi, ainda na escola, a celebrar Abril muito antes de perceber o que era ser livre; em termos gerais e omitindo a terrível violência da Guerra Colonial e da polícia política, ensinavam-nos que até à revolução se vivia sob o manto da opressão, entregues a um destino marcado por profunda pobreza material e intelectual.

O poder do preconceito agora verbalizado
ANDREIA FILIPA NOVO
Jornalista

O poder do preconceito agora verbalizado

“Vivemos tempos difíceis”. A expressão está gasta. Mas nunca esteve mais suja. Imunda.
Num destes dias acordei e pensei que me tinha acontecido algo sobrenatural, como nos filmes. O quarto estava igual, o bom dia caloroso dos meus filhos também, mas havia uma nuvem carregada, cinzenta.

Ainda estamos longe…
BERTA PEREIRA DA COSTA*
Professora do ensino especial

Ainda estamos longe…

Nos últimos 50 anos, Portugal sofreu grandes transformações nas áreas económica, política e social que o alavancou para mundo, tornando-o reconhecido como um país livre, com identidade própria e respeitado pela comunidade internacional.

Plantar o cravo e regá-lo
CATARINA MARTINS
Actriz

Plantar o cravo e regá-lo

Elas disseram à mãe e à sogra que isso era dantes.”
As palavras de Maria Velho da Costa a contar dos dias em que as mulheres fizeram a revolução: a do salário igual, do direito à licença de maternidade, da casa, do acesso à saúde, de sair do analfabetismo a que estavam condenadas, de deixarem de contar os filhos entre os mortos e os vivos.

Todos os anos, pela Primavera
DIANA ANDRINGA
Jornalista

Todos os anos, pela Primavera

Todos os anos, pela Primavera, surpreende-se a olhá-los, a esses presos sobre quem – sem que sobre eles os anos passem fixados para sempre, jovens, surpresos de liberdade e alegria, nesse ano mágico de 74 – ano após ano se abrem as mesmas portas da mesma prisão, com um olhar onde se misturam a emoção e a inveja.
A inveja, sim.

Memórias e estórias que me trouxeram até aqui
MARIA ELISA BRAGA*

Memórias e estórias que me trouxeram até aqui

Cambambe, 1961
As primeiras recordações de infância remontam a 1961, na construção da barragem de Cambambe, no rio Cuanza, a 200 km de Luanda, à festa de aniversário pelos meus 4 anos. Foi um dia bonito, muita animação, muitas prendas, amiguinhos filhos dos colegas do meu pai e respetivas famílias. O pior foi a noite, esperava que os meus pais adormecessem e, à socapa, “de gatas”, entrava no seu quarto e aninhava-me por baixo da cama, tanto era o medo.

Educação e Ciência: as dádivas da democracia que a poderão salvar
ELISABETE DA CUNHA*
Astrónoma

Educação e Ciência: as dádivas da democracia que a poderão salvar

Há 50 anos o nosso país tornou-se livre e democrático. Abriram-se também as portas para se tornar um país mais científica e tecnologicamente avançado. Será talvez tentador pensar que o progresso teria acontecido de qualquer forma, mas basta comparar o Portugal do Estado Novo com outros países na mesma época para vermos que isso não é verdade.

50 anos da Revolução. Informar, consciencializar e educar. Não podemos voltar para trás!
ELSA MOURA*
Jornalista

50 anos da Revolução. Informar, consciencializar e educar. Não podemos voltar para trás!

Celebramos meio século do momento mais belo da nossa História. Foi necessário muita coragem, resiliência e resistência para que o 25 de Abril de 1974 chegasse. Tombaram muitos em nome de uma liberdade que em 2024 parece estar ameaçada. Infelizmente, esta crónica é mais sobre isso do que sobre as conquistas tão relevantes, nomeadamente para as mulheres.

Bem-vindos ao mundo encantado da fábrica musical
GRACIELA COELHO
Música e Designer

Bem-vindos ao mundo encantado da fábrica musical

Sabemos que no final dos anos 60 e no início dos 70 o mundo se viu invadido por um turbilhão de mudanças culturais e sociais, dando lugar a uma era de liberdade sem precedentes. Este período foi marcado por uma revolução de valores e direitos civis, alimentado pelo desejo de igualdade e explosões de criatividade.