Era dos últimos ofícios artesanais que a cidade de Barcelos tinha para mostrar aos visitantes. Atraía gente de todo o mundo, mas os poderes públicos nunca lhe dedicaram a atenção merecida. No mesmo mês em que há 93 anos abriu portas, foi comunicado o fim definitivo da actividade. O SETE JORNAL republica uma reportagem da jornalista Zita Fonseca quando os Cobres Cunha celebraram oito décadas.
Cultura
Há 20 anos, em Cossourado, o “azeite novo” que todos procuravam para ter à mesa da consoada fazia-se numa velha fábrica, ainda em funcionamento mas já modernizada. Fernando Esteves Baptista (1937-2016) foi o seu lagareiro durante 45 anos. O SETE JORNAL recorda-o (foto) com uma reportagem dos tempos em que um lagar também podia ser um lugar mágico.
Durante cerca de dois anos, a cidade – mais propriamente Barcelinhos – foi residência para o génio das construções em ferro. No concelho forjou, também, uma das 27 pontes que lhe são atribuídas em Portugal. Nuno Nunes e Elói Figueiredo traçam as linhas deste projecto que, devido ao mau estado, acabaria a ser substituído em 1975.
A garantia foi dada hoje, 27, ao SETE JORNAL pelo instituto público, que já comunicou aos intervenientes no processo as medidas de mitigação e reparação a implementar no monumento. Uma parte significativa do que foi construído terá, agora, de ser desmantelada para acomodar as exigências do gestor do património cultural.
O inquérito foi aberto pelo Departamento de Investigação e Acção Penal (DIAP) de Ponte de Lima ainda antes dos alertas que conduziram ao embargo dos trabalhos. Ao SETE JORNAL, a Procuradoria-Geral da República confirma que as diligências investigatórias prosseguem sob segredo de justiça.
O conceito não é novo, mas tem vindo a inspirar artistas e pequenos comerciantes numa lógica de democratização da cultura que quebra estereótipos e aproxima públicos. Em Durrães, Barcelos, a sugestão põe na mesa apetitosas francesinhas e uma exposição de pintura com ‘aromas’ sul-americanos.
O dia é de Todos os Santos, mas naquela aldeia do concelho de Barcelos a celebração vai para além da romagem ao cemitério e do descanso que o feriado proporciona. Setecentos quilos de broa é quanto custa alimentar a tradição que a aldeia não quer deixar cair.
O ministério da Cultura diz que, na zona geral de protecção, a “responsabilidade” por determinar idênticas normas para corrigir o impacto das obras que permanecem parcialmente embargadas cabe à CCDR-N. Este organismo declinou, entretanto, fornecer documentos relacionados com o processo de acompanhamento arqueológico do empreendimento. Já o autarca de Ponte de Lima recusa falar.
Não há concordância entre as causas apontadas para a profunda intervenção no monumento e o diagnóstico feito por uma empresa especializada que o patrão do grupo Vila Galé contratou. O documento a que o SETE JORNAL teve acesso fala num “estado razoável de conservação” e aponta soluções para as anomalias detectadas.
A proposta consiste num passeio citadino pelo património edificado religioso dos séculos XIII a XVIII. São, apenas, 1500 metros que permitem contemplar sete exemplares que, a longo dos tempos, acolheram o culto e a devoção dos cristãos do burgo. Quatro têm classificação patrimonial, com destaque para o templo do Senhor da Cruz e as igrejas Matriz e do Terço.
Desde Março de 2023 que a Unidade de Cultura daquele organismo que detém valências de tutela e fiscalização sabia dos riscos que se apresentavam para o monumento, apurou o SETE JORNAL. Confrontado, o organismo liderado por António Cunha está em silêncio.
Honorária do título de Primeira Capital Mundial da Saúde Mental, Barcelos recebe no sábado, 19, uma das duas galas solidárias da quarta edição “Há Música ao Fundo do Túnel”. As receitas revertem para instituições seleccionadas pela Coordenação Nacional das Políticas de Saúde Mental.