Até que a morte não nos separe

E se o amanhã não chegar?

PATRÍCIA SOUSA

PATRÍCIA SOUSA

Interlocutora do luto
18 de Maio 2025
Vivemos a adiar. Adiamos conversas, encontros, afectos. Adiamos telefonemas importantes, abraços que curam, palavras que poderiam mudar o rumo de um dia – ou de uma vida. Vivemos cercados de distrações, de notificações, de compromissos que nos consomem. Acordamos já a correr. E adormecemos a meio de tudo – das conversas, dos pensamentos, dos afectos. Vamos empurrando a vida com a barriga, como se houvesse sempre um amanhã garantido à espera de nos dar outra oportunidade.Temos esta mania de acreditar que o tempo é eterno, que as