Miguel Alves. Das “sentenças de tabacaria” a uma absolvição anunciada
Sem surpresas, o Tribunal de Viana do Castelo absolveu ontem, 15, o ex-presidente da Câmara de Caminha, Miguel Alves, e a antiga empresária de comunicação, Manuela Sousa, aos quais o Ministério Público (MP) imputava a prática de um crime de prevaricação em co-autoria.
Desta feita, as duras criticas à “atitude persecutória” e “precipitada” do MP transferiram-se para o exterior da sala de audiências pela voz de Solange Jesus, advogada de Manuela Sousa, que depois de alguma hesitação acabou por fazer uma curta declaração aos jornalistas. “Se continuarmos com uma atitude destas, um dia não temos políticos sérios, correctos e de qualidade à frente das instituições”. Lamentou, ainda, que o caso tenha feito cair “um secretário de Estado, uma pessoa com muito mérito que se calhar iria longe”,
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Acabou como começou. No depoimento que ontem chegou ao fim, Alexandre Maciel (foto), um dos 13 arguidos do processo, reafirmou que “falta gente” no banco dos réus se, como sustenta a acusação, todos se tivessem conluiado para favorecer a empresa G Protect. O nome do actual presidente da Concelhia do PS de Barcelos foi por diversas vezes apontado.
A ilegalidade foi sanada através da revogação das deliberações, mas os socialistas falam em “quebra de confiança” e consideram a situação “inadmissível”. Numa nota interna, a directora do Departamento Financeiro dá a entender que este não foi caso único.
Apenas dois dos nove arguidos foram absolvidos, entre eles o comerciante de Barcelos, Rui Miranda, responsável pela importação da fruta. O Ministério Público (MP) deverá, contudo, recorrer da decisão que hoje, 16, foi conhecida no Tribunal de Braga.
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