Domingos Pereira. O último dia de um mandato horribilis
Afastada a hipótese de um regresso às funções e esgotando-se hoje os 365 dias de que o vereador dispunha para as manter em suspenso, termina antes do tempo o mandato de Domingos Pereira na Câmara de Barcelos. O SETE JORNAL traça-lhe uma retrospectiva.
Sessão da Assembleia Municipal de Barcelos. “Quem manda no meu mandato legitimado pelo voto do povo soberano, sou eu”. Proferidas em 17 de Junho de 2022, estas palavras sinalizavam a vontade de que o então vice-presidente da Câmara não tencionava suspender ou renunciar ao mandato depois de, três semanas antes, ter sido condenado por corrupção. Em rigor, Domingos Pereira já não gozava daquela prerrogativa, uma vez que o Tribunal de Braga, aos dois anos e dez meses de prisão com pena suspensa por igual período, acrescentou-lhe a perda
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Acabou como começou. No depoimento que ontem chegou ao fim, Alexandre Maciel (foto), um dos 13 arguidos do processo, reafirmou que “falta gente” no banco dos réus se, como sustenta a acusação, todos se tivessem conluiado para favorecer a empresa G Protect. O nome do actual presidente da Concelhia do PS de Barcelos foi por diversas vezes apontado.
A ilegalidade foi sanada através da revogação das deliberações, mas os socialistas falam em “quebra de confiança” e consideram a situação “inadmissível”. Numa nota interna, a directora do Departamento Financeiro dá a entender que este não foi caso único.
Apenas dois dos nove arguidos foram absolvidos, entre eles o comerciante de Barcelos, Rui Miranda, responsável pela importação da fruta. O Ministério Público (MP) deverá, contudo, recorrer da decisão que hoje, 16, foi conhecida no Tribunal de Braga.
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