Condenado por corrupção faz orçamentos da Câmara mesmo não tendo ligação ao Município
A autarquia nega e o ex-vereador optou pelo silêncio. As provas e os testemunhos reunidos pelo SETE JORNAL são claros. Já sem vínculo à Câmara, foi Domingos Pereira (foto) quem arquitectou os dois últimos orçamentos municipais, decidindo o destino de 263 milhões de euros. O caso foi denunciado ao Ministério Público.
“Eu não quero acreditar que o poder local tenha descido tão baixo”. A reacção é do presidente da Frente Cívica, Paulo de Morais, que confessa “nunca” ter “ouvido uma coisa tão esdrúxula” acerca do funcionamento de uma Câmara. Por isso, este caso “ultrapassa todos os limites, pelo insólito”, diz. “Se há uma pessoa externa ao Município que, com base em documento nenhum, tem capacidade de intervir no Orçamento, isto é anti-democrático e viola, do meu ponto de vista, a própria legislação autárquica”.Esta forma
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Acabou como começou. No depoimento que ontem chegou ao fim, Alexandre Maciel (foto), um dos 13 arguidos do processo, reafirmou que “falta gente” no banco dos réus se, como sustenta a acusação, todos se tivessem conluiado para favorecer a empresa G Protect. O nome do actual presidente da Concelhia do PS de Barcelos foi por diversas vezes apontado.
A ilegalidade foi sanada através da revogação das deliberações, mas os socialistas falam em “quebra de confiança” e consideram a situação “inadmissível”. Numa nota interna, a directora do Departamento Financeiro dá a entender que este não foi caso único.
Apenas dois dos nove arguidos foram absolvidos, entre eles o comerciante de Barcelos, Rui Miranda, responsável pela importação da fruta. O Ministério Público (MP) deverá, contudo, recorrer da decisão que hoje, 16, foi conhecida no Tribunal de Braga.
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